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Leandro Pereira

DIMENSIONAMENTO DO COCHO PARA ALIMENTAÇÃO LÍQUIDA PARA SUÍNOS

Dimensionamento do Cocho para Alimentação Líquida para Suínos

Os desafios na produção de suínos são os mais diversos e muito deverá ser escrito para responder o essencial, mas se há um dreno de lucratividade comum nas unidades, são as instalações dos animais.


Um apanhado de experiências práticas, sem a pretensão de aferir uma verdade incontestável, nos permitiu conceber um conjunto de regras simples que podem, quando aplicadas, melhorar significativamente o desempenho do plantel uma vez que a “geometria” dos cochos de alimentação afeta diretamente o desempenho e a conversão alimentar dos suínos.


Esse artigo se limitará a abordar algumas equações matemáticas simples, assim como informações baseadas em observação, para nortear a construção ou modernização de galpões a fim de reduzir os custos com alimentação e aumentar o conforto e bem estar animal atuando nos seguintes aspectos:

  • Menor competitividade entre os animais na hora da alimentação.

  • Redução da probabilidade de suínos entrarem e, frequentemente, defecarem na ração.

  • Redução da frequência de “derramamento” de ração na hora da sua inserção nos coxos.

  • Melhora da sociabilidade dos animais em função da disposição espacial da baia.

  • Menor encrustamento de ração depois que os suínos se alimentam.


A primeira cautela é, sem dúvida, dimensional, afinal em alimentação, especialmente líquida, é fundamental que todos os animais tenham acesso ao alimento ao mesmo tempo. A seguir um exemplo com suínos de Terminação:

  • Máximo de Ração Seca / Suíno / Dia: 2.8 Kg

  • Proporção Seca/Molhada: 25%

  • Máximo em Litros / Suíno / Dia:  2.8 / 25% = 11,2L

  • Máximo de Suínos na Baia: 40Litros / Dia / Baia: 40 x 11,2L = 448

  • LMínimo de Tratos / Dia: 3

  • Volume útil da Baia: 448L / 3 = ±150L


Três regras importantes a serem consideradas:

  • Largura prevista para cada suíno no comedouro para que todos possam se alimentar ao mesmo tempo.

  • Profundidade vertical da baia.

  • Profundidade horizontal da baia.


Para expectativa de abate em 100 Kg a proposta é uma largura de 30cm/suíno e para abate acima disso a recomendação é de 34cm/suíno.


Já quanto à profundidade vertical, dada a forma do focinho dos suínos, recomenda-se que a baia não seja muito mais profunda do que 6cm.


Quanto à profundidade horizontal, espera-se dificultar a entrada do animal no cocho, para tanto a regra é 50% da medida adotada na “largura por suíno”.


Seguindo com os cálculos, teremos para suínos com mais de 100 Kg:

  • Volume sugerido por suíno: (6/10) x (34/10) x (34/2/10) = ±3,5L

  • Total de largura útil de cocho: (150L / 3,5L) / 10 = ±4,3m


Entretanto, sendo esse o volume útil, é fundamental um coeficiente de segurança. Recomendamos 30% para compensar a entrada dos focinhos na hora da alimentação, resultando então em:

  • Total mínimo de largura real de cocho: 4,3m x 130% = ±5,6m


Mas um novo problema surge com esse dimensionamento uma vez que os animais não comerão ao mesmo tempo, isso é percebido quando dividimos esse valor pelo encontrado ao dividi-lo pela largura do suíno:

  • Total de Suínos comendo ao mesmo tempo: 5,6m / 0,34m = ±16 suíno


A maneira mais simples de resolver esse dimensionamento é garantindo uma “largura prática:

  • Largura Prática: 0,34m x 40 suínos = 13,6m


Importante notar que nesse cocho caberão bem mais que o equivalente três tratos dia, dando mais liberdade de escolha quanto à distribuição dos tratos, no caso atual é possível fazer o mínimo de 2 tratos dia sem problemas de transbordo.


Agora que conhecemos as dimensões básicas (13,6m x 17cm x 6cm) vale ressaltar a importância do comedouro ter uma inclinação de 1°, sempre que possível, no sentido oposto ao tubo de entrada de alimento (que deve estar a 1/3 do cocho). Essa medida favorece o escoamento e também a limpeza do ambiente.


Com relação ao material utilizado, a experiência mais interessante tem sido com pedras Ardósia dada sua alta resistência e custo acessível, além do ótimo escoamento do alimento quando comparada com concreto. A tabela a seguir retrata a correlação de materiais, desde uso de material, resistência mecânica, preço e escoamento:


Por fim, devemos considerar um comportamento constantemente observado nos plantéis. “Suínos tem maior predisposição a defecar em cantos”. Considerada essa informação, a melhor área para inserção dos comedouros é no centro da baia, dividindo-se a largura encontrada (no nosso exemplo 13,6m) em dois comedouros espelhados e divididos por uma parede única. Esse layout favorece a dispersão dos animais, a entrada e escoamento do alimento no comedouro e também reduz a probabilidade do animal se aliviar na área de alimentação.


Essa é a aparência básica do cocho que dimensionamos nesse exercício:

Forma sugerida para cocho de 2 x 6,8m x 17cm x 6cm, para 40 suínos em terminação.

Para concluir, uma vez que esse cocho está ao centro da baia é imprescindível que a área de passagem nas suas exterminadas não seja muito afunilada e, se possível, igual nos dois lados. A recomendação é que se passem o mínimo de 10% dos suínos em cada lado, portanto o cálculo fica:

  • 40 Suínos x 10% x 34cm = 136cm = 1,36m


Para o presente caso teremos uma largura total de:

  • 1,36m + 6,8m + 1,36m = 9,52m.

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