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Leandro Pereira

Novos tempos, novas regras, um exercício de futuro para a suinocultura

O COVID-19 não deixa de nos impor uma lição importante sobre as fragilidades que temos, como executores diretos do trabalho em todos os setores, incluindo o de produção de alimento, para viver com segurança em sociedades urbanas e em uma civilização a cada instante mais integrada.


O desafio de manter o alimento à mesa, atualmente para cerca de 7.7 bilhões de pessoas, sendo 210 milhões no Brasil, inicia-se com o trabalho de 15% dessa população (no caso brasileiro), cuja produção direta sustenta toda a cadeia posterior de alimento.


Nesse sentido, não podemos mais nos abster da responsabilidade de aumentar a automação e gerenciamento por computação de todos os setores, visando dar a esse pequeno exército instrumentos adequados para continuar alimentando a crescente população mundial.


Na suinocultura, embora muitas iniciativas de computação, robótica e automação estejam em andamento mundo afora, no Brasil os passos ainda são lentos, como pode-se ver na tabela a seguir:




Essa lista poderia aumentar significativamente, dados os diversos desafios conhecidos, porém o mais relevante é que as iniciativas atualmente disponíveis precisam ser melhor acolhidas pelo produtor nacional, assim como as opções nacionais devem ser desenvolvidas visando acomodar as particularidades, em especial financeiras, do nosso mercado, para que a tecnologia nacional se expanda e vulgarize, no bom sentido, atingindo o máximo possível de produtores.


O ganho do acoplamento de tecnologia nas granjas não se limita à menor demanda de presença física de funcionários, que continuarão sempre a ser necessários, mas assegura operações em frequência e qualidade estáveis, dando com isso maior controle da produção e menor sensibilidade às variáveis de ambiente, ou de dinâmica mundial, como as segregações nesse momento necessárias para a contenção de uma ameaça global.


O apoio de tecnologia deverá ser visto não apenas como um aprimoramento da suinocultura, mas como um elemento estratégico para o ganho de bem-estar dos animais aliado ao do produtor e do seu funcionário, isso tudo atrelado a ganhos financeiros e de desempenho do plantel, naturalmente.


O mundo está mudando rapidamente e nossa suinocultura que já é expressiva a nível quantitativo, precisa de urgente evolução qualitativa que passe não somente por boas práticas de manejo, mas pela automação e rastreabilidade dessas práticas, de modo a ser menos sensível aos hábitos humanos, às oscilações de commodities, a redução de força de trabalho nesse setor e também à sucessão familiar do produtor de origem para a nova geração mais urbana.


Esse é o único caminho para a sustentabilidade da suinocultura no Brasil, e no mundo.



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